segunda-feira, 29 de agosto de 2011










  À relativamente 3 anos li um livro que falava sobre a vida de Jean Jacques Rosseau ( "Pensamentos Vivos de Rosseau" ) Incialmente me peguei em uma assustadora e emaranhada citações politicas , mas ao decorrer do livro percebi as subtis " sacadas" mais introspectivas, como alguns excertos de seus lindos devaneios, pensamentos, sentimentos... Devorei o livro em poucos dias, e com uma carga pesada da minha vida na época  onde a serenidade do silêncio era confundido com o grito tenebroso e ensurdecedor da solidão, cruel e fria, tive uma percepção completamente oposta da que tive no mês passado quando reli... ( é sem duvida uma das minhas paixões na literatura, essa ambiguidade, essa possibilidade de interpretação ).
  Com 
3 anos à mais, e alguma bagagem extra na mala da experiência, senti cada silaba como se as transpirasse, as exalasse. A palavra solidão e solitário  ( tão citada nesse excerto) nao me soaram mal, soaram me a segurança, segurança plena de viver sem recriar imagens bonitas perdidas em um papel fotográfico , sem se iludir com os sopros imaginários de sonhos futuros , que são tão vagos quanto os papeis fotográficos rasgados . Fui mais além....nesta releitura percebi que só existe uma única pessoa que nunca irá escapar entre os dedos e escorrer pelas casas do tempo que tudo esvanece... a nossa própria singularidade!
Obrigada Rosseau, Obrigada !


Devaneios de um passeante solitário


"(...) mas se há um estado em que a alma encontra apoio bastante firme para repousar, para reunir todo o seu ser, sem ser preciso invocar o passado nem se projectar sobre o futuro, onde o tempo nada é e onde o presente dura sempre, sem marcar a sua duração, sem nenhum traço de continuidade, esse sentimento é o da nossa existência , o da nossa plena existência ! "
 Jean Jacques Rosseau - Pensamentos Vivos de Rosseau.

E se o grande disse, quem sou eu para desdizer, faço dele palavras minhas ... faço de cada letra citada de Rosseau as minhas letras tortas escritas em um rabisco em um canto qualquer de um caderno.