segunda-feira, 12 de maio de 2014

se deixe, me deixe... nos deixemos aqui !

Danço de acordo com a melodia.
Sinto apenas, não pergunto, não me culpo , não me iludo.
Danço.Canto, canto junto, danço junto, sigo o compasso, o tom, o contra-tom do coração!
Saio por aí gritando aos quatro ventos como é lindo me deixar ir , me deixar levar... me deixar dançar, me dar, me doar, cantar, transar, sentir, sentir o prazer de ser , de dividir, de compartir ,de respirar e de viver!
Saio por ai em silêncio, sereno, pleno apenas sendo.
Saio por ai, mas jamais complico, duplico,triplico, contrapico.
Saio, ou parmaneço, aonde der, se der... mas danço e sempre me encanto.
Saio falando por aí, ou me calo , pois pra que tantas palavras questionadas se a questão pode calar o canto? Para que soltar palavras que quebraram todo e qualquer encanto?
Me deixa ir sendo, me deixar ir sentindo sem qualquer palavra de não !
Me deixa ir sonhando e percebendo cada gesto em ti, sem falar, sem interrogação , nem contraposição.
Me deixa, se deixe.... nos deixemos aqui.

sábado, 10 de setembro de 2011

no fundo eu sou um sentimental...

       Nunca esperei que fosses um grande amor,  queria apenas um abraço ao acordar, um bom dia ao canto do ouvido, um pequeno-almoço a dois, um companheiro para dia e noite, um porto seguro... mas o que tive foi ilusão do inicio, ao fim. Digo sim ilusão ... Ilusão que cria, que imagina... que entorpeci e enlouquece. Não me venhas dizer que  é menosprezo, diria que é um fato ,nu e cru. Iludiste-me, iludi-te e vivemos assim , por pouco tempo , iludidamente felizes. 
        Tornamos o que era simples em complexo, e descomplicávamos essa complexidade a cada vez que os olhos conseguiam se cruzar e ver as emoções e não apenas dize-las, a cada  vez que podíamos sentir o calor dos corpos, a cada vez que o abraço, o beijo, o carinho podiam sair dos calabouços de pedra , no qual se enclausuravam de forma inatingível dentro de cada gigante vermelho que temos dentro de nós.      
         Poderíamos ter sido tudo, tudo o que algum dia não soubemos ser, tudo em que somos doutores, tudo o que nem o planeta terra com os seus bilhões de anos conseguiu vivenciar.   Tinhamos tudo para ser o que nunca ninguém foi, tinhamos o aroma certo, o sabor adequado, o som de fundo com o volume perfeito, mas faltou ( ou sobrou) o espaço. O espaço para saborear a dança por toda a noite, ou... por toda a vida (?!)
        Pois é : poderíamos... se isso, se aquilo. Fato é que não foi e não vai ser, por mais que o coração em momento de solidão, de sonhador , iludido cria imagens de um final feliz.
       Faltou a irracionalidade indiscutivelmente inata ao amor em seu estado pleno, ao amor em seu estado lucido que transpõe-se para a alucinação vital dos grandes amores, faltou tanta coisa, mas o incrível e antitésico .. é que teve tudo.
         Não foi, afinal ... nunca seria. Nunca foi o grito louco dos amantes insanos. Sempre ficamos a beira do precipício, sempre ficamos a um passo de ir mais além , por medo de descobrir que no fim do precipício existia a morte, ou ... um lindo lago , onde havia muita vida. Prefiro pensar assim , trapacear e enganar a minha mente e imaginar que a culpa foi do medo, e não da falta... da falta de amor verdadeiro , pois falta de palavras não foi, de certo.
         Faltou sim não amor, mas  a insolencia, a neglegencia e a irracionalidade inerante aos grandes amores, faltou a coragem de arriscar pular do abismo, faltou o passo derradeiro para o infinito.
Agora? Agora só sei que o que me falta é o sorriso, é os fios negros e finosa enrolarem-se em meus dedos como pequenas molas, falta o contraste de peles, o constraste de generos o contraste de vidas.
No fundo, a única coisa que não falta é o amor, de resto há a ausencia de tudo !

segunda-feira, 29 de agosto de 2011










  À relativamente 3 anos li um livro que falava sobre a vida de Jean Jacques Rosseau ( "Pensamentos Vivos de Rosseau" ) Incialmente me peguei em uma assustadora e emaranhada citações politicas , mas ao decorrer do livro percebi as subtis " sacadas" mais introspectivas, como alguns excertos de seus lindos devaneios, pensamentos, sentimentos... Devorei o livro em poucos dias, e com uma carga pesada da minha vida na época  onde a serenidade do silêncio era confundido com o grito tenebroso e ensurdecedor da solidão, cruel e fria, tive uma percepção completamente oposta da que tive no mês passado quando reli... ( é sem duvida uma das minhas paixões na literatura, essa ambiguidade, essa possibilidade de interpretação ).
  Com 
3 anos à mais, e alguma bagagem extra na mala da experiência, senti cada silaba como se as transpirasse, as exalasse. A palavra solidão e solitário  ( tão citada nesse excerto) nao me soaram mal, soaram me a segurança, segurança plena de viver sem recriar imagens bonitas perdidas em um papel fotográfico , sem se iludir com os sopros imaginários de sonhos futuros , que são tão vagos quanto os papeis fotográficos rasgados . Fui mais além....nesta releitura percebi que só existe uma única pessoa que nunca irá escapar entre os dedos e escorrer pelas casas do tempo que tudo esvanece... a nossa própria singularidade!
Obrigada Rosseau, Obrigada !


Devaneios de um passeante solitário


"(...) mas se há um estado em que a alma encontra apoio bastante firme para repousar, para reunir todo o seu ser, sem ser preciso invocar o passado nem se projectar sobre o futuro, onde o tempo nada é e onde o presente dura sempre, sem marcar a sua duração, sem nenhum traço de continuidade, esse sentimento é o da nossa existência , o da nossa plena existência ! "
 Jean Jacques Rosseau - Pensamentos Vivos de Rosseau.

E se o grande disse, quem sou eu para desdizer, faço dele palavras minhas ... faço de cada letra citada de Rosseau as minhas letras tortas escritas em um rabisco em um canto qualquer de um caderno. 
   



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

partilhando.

Esperança é não ter medo de esperar, e acreditar que um dia a salvação virá.
Avanços na medicina dão-nos esperanças.


"O site "The Huffington Post" divulgou nesta terça-feira (14) que Timothy Ray Brown, conhecido como o "Paciente de Berlim", pode ser a primeira pessoa a ter se livrado do vírus HIV, causador da Aids, após tratamento com células-tronco. O caso de Brown, no entanto, é algo isolado, segundo os cientistas." (reportagem completa

E mais uma vez, a ciência vem mostrando que acreditar é possível. Nos dias de hoje, descobre-se cada dia mais curas para doenças incuráveis, remédios que aliviam dores insuportáveis, já fomos a lua, já percebemos das constelações , já conseguimos explicar grande parte do que nos rodeia... Por isso eu me pergunto, porque há quem ainda não acredite no amor?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

brilhe, brilhe diamante louco !

Existem situações que não carecem de qualquer tipo de elucidação, que penetra-te pelos poros, aconchega-se na tua alma e traz-te a felicidade, o êxtase pleno!
 Normalmente não têm grande durabilidade afinal são apenas momentos. Estes são tão únicos por isso, por serem felizes por si só. Não há passados muito menos futuros.
Estás ali, tu e a realidade momentânea… e sabem o que me proporciona momentos assim?....isto ;)

sábado, 13 de novembro de 2010

retalhos

 Hoje encontrei-me a procurar-te e nada encontrei, nem uma única réstia de sofrimento ficou. Bem que tentei caçar-te como uma lebre, ferozmente, mas nada. Forcei lágrimas... não caíram!
O alívio inerente ao momento deu lugar ao incoerente desespero. Não estavas mais alí, já tinha costurado os retalhos de ti que restaram de um todo, e mais uma vez repentinamente resolveste partir, mais uma vez não foste homem suficiente para esperar que eu estivesse pronta, agora não para te deixar, mas para amar de novo, para voltar a sofrer e deixar essa felicidade incompleta, que me faz tão bem! Mas enfim...desilusão dupla. Foste mais uma vez demasiado fraco para deixar-se ser trocado, afinal sabes bem que eu sou lenta em processos emotivos, mas mais uma vez não te contentaste em ver-me feliz. Sempre foi assim, a minha alegria sempre te incomodou e até a minha liberdade e a minha " não dependência" de ti sempre fez-te voltas ao teu estômago.
É que não percebes? Estava tudo como deveria ser. Tu estavas feliz, acompanhado ou não, mas já tens a tua vida linda e perfeitamente aborrecida, como sempre.E eu? Para além de ter percebido as palavras de Rosseau, quando no texto "Devaneios de um solitário" diz que a felicidade plena consiste em nós mesmo , aprendi o significado de "amor próprio" e para além de tudo isto já tinha te posto no lugar que realmente te pertencia, ao que te rebaixei, eras o nada que servia de "tapa-buracos". As vezes até gostava de ir lá ver os remendos, era engraçado digamos... rir-me de ti, ao pensar que já te achei tão superior...mas o teu orgulho e super-amor-próprio mais uma vez não suportou ver-me belamente a vencer-te.
É que agora, sinceramente não sei o que fazer com o buraco de não te querer mais ! É muito estranho ver fotos nossas e só pensar " como eu era feia meu Deus", ou então tocar a nossa música no rádio e já não ter mesmo encanto, ou até mesmo falar de ti sem sentir aquele aperto no peito. Deveria ser aliviador, mas é estranho passar por ti e nem uma unica celulazinha saltar.
Eu sei que qualquer dia, onde ficavam os teus remendos vai vir uma peça nova, de primeira qualidade e com garantia toda XPTO !
Mas até lá pergunto-me ... onde foste buscar tanta covardia?

partilhando.

Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness)

“Uma inédita e inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade. Chamada de “cegueira branca”, já que as pessoas atingidas apenas passam a ver uma superfície leitosa, a doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Nesta situação a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore), que juntamente com um grupo de internos tenta encontrar a humanidade perdida.”

   Um filme adaptado do livro do Português José Saramago, com a direcção do Brasileiro Fernando Meirelles , relata-nos como lemos na sinopse uma doença misteriosa que se espalha em um ápice pelo país.
   Recomendo o filme vivamente e deixo umas perguntas no ar : Qual será mesmo o real motivo para tal "cegueira branca"? O Porque da única pessoa a não ser afetada ser a idônea e bondosa mulher do medico representada pela Julianne Moore?  Qual será a relação entre a cegueira e a tão vivaz falta de escrupulos e de principios que vivemos no dia de hoje?
  Eu penso que , é um filme que daria umas boas horas de reflexão .




ps: longe de mim querer ser alguma expert no assunto, não sou.... apenas estou a partilhar algo que gostei.